segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pensaminto

Não há um santo dia em que eu não pense. Pinço pesadelos da noite e brinco com o café da manhã. Mesmo quando o café é leite. Mesmo quando o leite é água. E mesmo quando a manhã é tarde.
Tudo indica que andar acordado é prática comum entre nós. Mas muitos deixam margem a dúvidas. Estão só provavelmente acordados.
Homens e computadores são a mesma pessoa. Para economizar energia caem logo no modo stand by. Em todo caso, sei lá.

sábado, 27 de setembro de 2008

Movimento

Acabei de terminar um poema com a frase "que não escape um movimento". Puxo de lá pra cá esse verso porque sinto que não pode me escapar um movimento nessa vida. Sou responsável pelo funcionamento de todo o universo e isso não é tarefa simples.
Mas desde que Deus tirou férias tem sido assim. Ando eternamente ocupado. Por isso me justifico por qualquer desatenção aos animais, plantas ou minerais.
É a vida.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Er...


Escrever por escrever é como se eu estivesse vivo quando de fato estou morto. Nada pode ser acrescentado ao que já foi dito mas eu insisto. Quando é que vou tocar guitarra afinal?

sábado, 5 de julho de 2008

Derrota

É óbvio que não passamos pelo time das três letras. Mas não fizemos feio. Muito ao contrário, fizemos a festa mais linda que o Maracanã já viu. E todos sabem disso.
Há derrotas que têm cheiro de futuras vitórias. Saí de lá com a certeza disso.
E elas virão. É viver para ver.
Saudações tricolores.

domingo, 8 de junho de 2008

Ultrapassagens

Às vezes a felicidade do próximo nos ultrapassa. Chegamos ao maracanã emocionados e apreensivos. Cada sinal era um presságio. Bom ou mau, nunca se sabe. A mesma camisa, o mesmo tênis, tentamos passar pelos mesmos lugares.
O Boca é um colosso mitológico de vitórias. Nós? Bem, nós temos tradição. Mas nossa história recente de más administrações jogou a paixão na série c. Viramos leite de saquinho no meio das caixas de longa vida do futebol marqueteiro de hoje.
Não havia de ser nada. A hora não era de lembrar de tragédias recentes. Melhor afastar o medo de tragédias presentes com o sonho de glórias futuras. E foi o que aqueles mais de 80 mil tricolores fizeram naquela noite.
Jogamos nada, jogamos tudo. Estivemos perdidos, encontramos saída. A facada de Palermo feriu quase todos. Quase. No silêncio dolorido ouço uma voz tão conhecida que chega a causar surpresa: é meu filho entoando um grito de guerra, de resistência e de fé. Logo são milhares iguais . O time entende e reage à altura da paixão que vem de dentro. Trituramos o Boca com dentes de alho e sangue.
Vejo minha mulher chorando. Logo ela, que nem ligava para futebol. Isso deve ter algo a ver com amor e, por via das dúvidas, resolvo amá-la mais ainda.
Detonamos um mito mas isso ainda não é suficiente. Um time de três letrinhas do pequeno Equador quer tomar nosso lugar nessa história. Temos que ir em frente e vencer essa sigla que joga bola.

Saudações tricolores.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Chove no Méier


E em todo mundo. O tempo e temperatura ideais para começar um blog todo prosa. Nada rosa que a vida é dura como as calçadas do Méier. Emperrada como as escadas rolantes da estação que não rolam. Mas assim mesmo a gente sobe. E todo mundo sabe que é mais difícil subir uma escada rolante parada do que uma convencional. Estreita e íngreme, ela obriga gente cansada de todas as idades a fazer um esforço adicional. Mais um esforço adicional na rotina de quem sempre soube que o único adicional que lhe cabe é o do esforço.

Logo em frente uma igreja universal sorri de portas abertas. Levanto muito a perna para alcançar o meio-fio alto. Mais um esforço. Tanto que quase entro na universal a pedir perdão pelos meus pecados. Dou uma volta súbita e escapo. Satisfeito por ter finalmente entendido porque há tantos crentes no mundo: é que as escadas rolantes que nos levam ao céu raramente funcionam.